Com a chegada dos primeiros colonizadores procedentes dos sertões baianos, chefiados por Teodósio de Oliveira Ledo, que ali aportaram com o intuito de conquistar a região do Vale do Sabugi, enfrentando as aguerridas nações indígenas concentradas nas redondezas resistindo tenazmente, deu-se início a ocupação do território do Sabugi.
O interior da Paraíba era habitado por índios Cariris e Tarairus, divididos em tribos, Icós e Coremas (Rio do Peixe e Piranhas); Pegas, Paiacus, Jandús, Canindés, Panatis, Arius, Sucurus (Espinharas, Seridó e Sabugi), e Bultrinos, Fagundes e Carnoiós (Borborema).
Os desbravadores ao chegarem na região tinham como causas principais do desbravamento da região o espírito aventureiro do português, a facilidade em obter sesmarias ( Pequenos territórios onde os colonizadores se estabeleciam e constituíam uma comunidade) e a criação de gado, sendo portanto, os primeiros homem a habitarem nossa região.
Já no limiar do século XVII, diversas tribos haviam acampado o vasto triângulo formado pelas bacias dos rios Piancó, Peixe e Baixo – Piranhas, último reduto onde se preparam para a grande batalha com os guerrilheiros bandeirantes da época, dentre os quais se destaca Teodósio de Oliveira Ledo, o principal herói da conquista e povoamento do Sertão Paraibano. Naquele local, a confederação Tapuia, composta pelos Sucurús, Icós, Pegas, Payacús, Goiacús, Panatus, Arius e Coremas, ameaçando o prestígio do sertanista guerreiro, influenciou a vinda do pernambucano Capitão Luiz Soares, com as credenciais de sucessor do Henrique Dias, no comando do batalhão “dos pretos”, fortalecendo as fileiras do exército de Teodósio. Os Gentios foram batidos e dominados, à exceção dos heróicos e andazes de Coremas, que não cederam à violência da artilharia bandeirante, tornando-se precioso o arranjo diplomático de uma aliança levada a efeito pelo ponderado e experiente guerreiro Manuel de Araújo, enviado pelo Governador Dr. João Lencastro.
Mas a ocupação do território, que hoje constitue os municípios de Santa Luzia, Várzea, São Mamede, São José do Sabugi e Junco do Seridó, foi feita pelos desbravadores sem massacres e lutas contra ameríndios, como aconteceu em outras regiões da Paraíba. Sendo o Sargento-Mor Matias Vidal de Negreiros, o alferes Marcos Rodrigues Cabral e Manuel Monteiro, os primeiros civilizadores a se estabelecerem na região do Sabugi e adjacências, onde mantinham ligeiras escaramuças com os gentios Pegas, constituindo-se numa tribo propriamente dita e foram facilmente domados pelos sertanejos, embora que sob as miras dos seus consquistadores.
Na conquista do território do Sabugi é preciso destacar um fator significativo, que foi a religiosidade de um povo. Foi quando em 1773 Geraldo Ferreira Neves Sobrinho construiu a Capela de Santa Luzia, cujo primeiro orientador espiritual foi o padre Texeira (padre virtuoso de temperamento exótico e linguagem violenta). O senhor Geraldo foi o homem de coragem que chega ao povoado de Santa Luzia e a quem cabe a glória de ter sido o fundador do núcleo urbano, assim, iniciado a construção da Capela na Cidade.
A região do Sabugi desenvolveu-se lentamente em termos culturais. A população, porém vivia em torno dos grandes latifúndios e dos pequenos proprietários, cuja base econômica era o comércio, criação de gado e plantação de algodão.
Porém, a partir dos anos 1850 a 1855 aconteceu a colonização propriamente dita do território do Município de Várzea, pelo Português Manoel Tavares da Costa e sua esposa Josefa Rodrigues da Silva que se instalaram definitivamente nessa região. Não se sabe precisamente os caminhos traçados por eles para chegar até o município, sabe-se, apenas que no ano de 1850 abandonaram sua residência no sítio Albino (hoje Município de Santa Luzia) e instalaram-se definitivamente naquela localidade.
Segundos os historiadores (podemos destacar entre os historiadores o exemplo do grande Antônio Anibal de Araújo – Antônio Tomás, pelo seu esforço em conversar e transmitir toda a história).
O Sítio Várzea por volta de 1853 foi o marco da colonização que mais tarde seria o município de mesmo nome. O primeiro habitante a situar-se em Várzea foi o Sr. Manoel Tavares, proprietário do referido sítio, em meados do século XVIII. As primeiras casas construídas no local foram de propriedade dos senhores, Antônio de Almeida, Justo Ugulino da Costa, Francisco Severiano de Figueiredo e Manoel Dantas de Medeiros.
Em 1926, realizou-se a primeira feira a 11 de outubro. Nesse mesmo ano, foram iniciadas as obras da construção da capela do lugar que teve o nome primitivo de Várzea, passando mais tarde para Presidente Epitácio Pessoa.
Na divisão administrativa do Brasil para o qüinqüênio 1939 à 1943, figurou como distrito de Santa Luzia, com o topônimo de Sabugirana. Nos qüinqüênios 1944 à 1949 e 1949 à 1953, voltou o atual nome de Várzea.
O progresso do distrito foi rápido e constante, levando seus líderes a aclamarem pela sua emancipação administrativa. Sua autonomia política foi conseguida por força da Lei Nº 2.683 de 22 de dezembro de 1961, ocorrendo sua instalação oficial em 11 de janeiro de 1962, desmembrada de Santa Luzia.
Termo de Instalação do Município de Várzea – PB.
Aos onze dias do mês de janeiro de mil novecentos e sessenta e dois (11/01/1962), na sede do Município de Várzea e nos termos da Lei Nº 2.683, presente o Deputado Estadual Francisco Seráphico da Nóbrega Filho, representante do Exmº.
Sr. Dr. Pedro Moreno Gondim entre outras autoridades, foi instalado o Município de Várzea, desmembrado do território do Município de Santa Luzia, sendo investido nas funções de primeiro Prefeito, o Sr. José Aurélio de Figueiredo, nomeado por ato desta mesma data pelo Exmº. Sr. Governador do Estado, ficando assim de fato e de direito, instalado para todos os fins, o Município de Várzea, em virtude do que foi lavrado, o presente termo, assinado pelo Deputado Francisco Seráphico da Nóbrega Filho representante do Sr. Governador Pedro Moreno Gondim, pelo Prefeito nomeado, pelo prefeito de Santa Luzia e demais autoridades presentes a este ato, além de quem quiser assinar este termo.
Cidade de Várzea, em 11 de janeiro de 1962; 73º ano da Proclamação da República.
O Município de Várzea está localizado na Mesorregião da Borborema (042) e Microrregião do Seridó Ocidental Paraibano (160). Aproximadamente a 280 Km da Capital João Pessoa. De acordo com o censo realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no ano 2009, sua população é de 2.504 habitantes. Área territorial de 190 km²., tendo como municípios limítrofes, ao norte Ouro Branco (RN) e Caicó (RN); ao sul, São Mamede; ao leste, Santa Luzia e, ao oeste, São João do Sabugi (RN) e Impueira (RN). A sede municipal situa-se a 265 metros de altitude, tem sua posição geográfica determinada pelo paralelo de 06º46’19” de latitude sul em sua interseção com o meridiano de 36º59’31” de longitude oeste.
O município está incluído na área geográfica de abrangência do semiárido brasileiro, definida pelo Ministério da Integração Nacional em 2005. Esta delimitação tem como critérios o índice pluviométrico, o índice de aridez e o risco de seca.
Área 190,444 km² [2]
População 2 504 hab. IBGE/2010
Densidade 13,15 hab./km²
Clima semiárido
O relevo é formado por 70% de terras planas e 30% terras onduladas. As primeiras serras são: Serra da Cozinha, Serra dos Patos, Serra da Viola, Serra da Mandioca, Serra dos Navios, e as Serra do Poção e Serra da Formosa (ou Espelho). As duas últimas sendo consideradas as principais.
O município é banhado pelos Rios Moicó, Quipauá e importantes riachos como o da Cozinha, do Poção, Veados, Juá e outros. Existem ainda vários reservatórios que abastecem a cidade, tais como: Água Azul, Poção, Quixaba, Trapiá, etc.
O Clima do município é quente e seco, com temperaturas variando de 22ºC a 35ºC. No que diz respeito ao regime pluviométrico, o município possui uma preocupação anual em torno de 750mm, com chuvas bastantes definidas no período de janeiro a julho.
A Superfície do município é coberta por campos, caatingas, matas. Destes elementos, o que ocupa maior quantidade são as matas, constituídas pelas seguintes espécies vegetais: o mufumbo, a jurema e o marmeleiro que são consideradas as principais, e a caatingueira, a aroeira, o angico, o pereiro e o faveleiro. Existem ainda o xique-xique, que serve para alimentação dos animais no período de seca, e a carnaúba, que é usada para produzir vassouras, chapéus, balaios e esteiras.
O Solo do município é areno-argiloso, argiloso e franco arenoso. Várzea se encontra dividida em 70% de superfície plana, 25% de ondulada e 5% montanhosa. A maior parte do solo é arenoso fértil, constituído por minérios, tais como, Barita, encontrado no município em abundância e usado para fabricação de louças, borrachas de pneus, etc.; talco, usado para fabricação de giz; a xelita, entre outros. A pedra lajeada é uma grande fonte de renda para os moradores, sendo exportada para o exterior e todo o Brasil.
Fontes:
Wikipédia
PRODER – Programa de Emprego e Renda: VÁRZEA João Pessoa, SEBRAE/PB/1996 - 37p. Série: Diagnóstico Sócio-econômico, 20.
NÓBREGA, José Joácio da. Fragmentos da História de Várzea – 2003, Várzea – PB.